domingo, 23 de junho de 2013

Parque Municipal CEMUCAM e o Viveiro Harry Blossfeld poderão ser doados!

A Prefeitura de São Paulo e a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente - SVMA, querem doar o Parque Municipal CEMUCAM e o Viveiro Harry Blossfeld para Cotia.
O CEMUCAM (com uma área de 500 mil m²) pertence à Prefeitura de São Paulo desde os anos 60, resultante de uma permuta com o governo do Estado. Ou seja, o Município de São Paulo abriu mão de um patrimônio em troca de outro, e nele implantou o Viveiro de Cotia, rebatizado com o nome de seu idealizador, Harry Bloosfeld. Considerado o maior viveiro do Brasil dedicado à conservação da vegetação natural (com uma área de 665 mil m²) e o único dentre os três viveiros municipais que produz árvores para abastecer a capital paulista em novos plantios, como também em substituição de espécies senis ou doentes.


A justificativa dada para tal doação foi "a redução de custo com a administração de parques..."
Ora, como isso justifica DOAR um dos únicos Parques Municipais produtivos? E, além disso, "ABRIR MÃO" de um patrimônio público?



As árvores plantadas em vasos e diversas embalagens, de diferentes idades e tamanhos passam de 330 mil. As plantadas no chão, matrizes ou prontas para transplante passam de 20 mil. Contabilizando apenas as diferentes espécies de palmeiras, também plantadas, o número passa de 15 mil.
Mesmo que a prefeitura transfira estufas climatizadas, estufins, ripados, quadras, laboratórios e equipamentos para irrigação e a germinação de sementes para outro lugar, o banco genético é intransferível e com um valor incalculável.
Montar um novo viveiro custaria aos cofres públicos uma fortuna e levaria entre 20 e 30 trinta anos para se ter nova produção de sementes a partir de novas matrizes provenientes dessa transferência, deixando sem resposta algumas questões:
1) Por que gastar dinheiro público para a montagem de um outro viveiro se já temos um?
2) Por quanto tempo será interrompida a produção anual de 150 quilos de sementes e a geração de 90 mil mudas do Viveiro Harry Blossfeld?3) Enquanto não houver um novo viveiro, compraremos as mudas no padrão DEPAVE necessárias para a arborização da Cidade de São Paulo?4) De onde sairá a verba para pagar as árvores a serem adquiridas de viveiros particulares por licitação, conforme anunciado pela Prefeitura de São Paulo em nota no jornal (OESP, 29/05/2013)?
5) Qual será o destino de toda a fauna que habita a área do Parque e do Viveiro? Animais de mais de 120 espécies diferentes entre aves, mamíferos etc., que se alimentam dos frutos, flores, folhas e sementes , integrantes do ecossistema natural?
6) e as instalações do Parque CEMUCAM, antigo centro de campismo, que fez e faz parte da história dos habitantes dessa cidade, com quadras, churrasqueiras, salão de festas, além dos imensos galpões usados como deposito da SVMA?




Para saber mais:


Reportagem da Folha de São Paulo publicada em 31/05/2013: 

Viveiros Municipais 



Estoque do Viveiro Harry Bloosfeld